MPT inspeciona condições de trabalho na Mineração Caraíba

A Mineração Caraíba S/A, empresa de extração e processamento de cobre instalada no município de Jaguarari, semi-árido baiano, foi inspecionada pelo Ministério Público do Trabalho, a fim de verificar a regularidade das relações trabalhistas na empresa. Realizada nos dias 18 e 19 de janeiro, a inspeção do MPT foi coordenada pelas procuradoras Tatiana Simonetti e Vanessa Patriota, e constatou a existência de terceirização ilícita de mão-de-obra, assim como aspectos irregulares relacionados a segurança e saúde. Ficou evidente que a terceirização das atividades tem sido uma forma de diminuir o custo de produção em prejuízo aos direitos fundamentais dos trabalhadores, alerta Patriota.

A Caraíba hoje emprega cerca de 1.200 trabalhadores e mantém mais de 900 terceirizados. Com um pátio de aproximadamente 150 hectares, o empreendimento funciona 24 horas/dia, com turmas de trabalho lotadas nos setores de processamento de concentrado de cobre e de oxidados (placas de catodo), ambos na superfície, e nas minas de superfície e subterrânea. Essa última a maior mina subterrânea do Brasil, com mais de 1000 metros de profundidade e 8 km de extensão, da boca até o final da galeria mais profunda.

A procuradora Vanessa Patriota, que agora conduz o processo, informou que a empresa já foi convocada para regularizar espontaneamente a conduta, firmando um termo de ajustamento de conduta (TAC). Caso não haja consenso, o MPT poderá ajuizar ação civil pública (ACP), cobrando a regularização do meio ambiente do trabalho. Também participaram da inspeção os técnicos do MPT Vinícius Oliveira e Wilson Conceição.


MINERAÇAO CARAÍBA saiba mais
FONTE: Site da empresa: http://www.minacaraiba.com.br/

O depósito da mina Caraíba foi descoberto no ano de 1874, no Vale do Curaçá, área do atual município de Jaguarari (BA), localizado no semi-árido baiano. Seu potencial produtivo foi identificado em 1944 pelo Departamento nacional de Produção Mineral (DNPM), órgão que realizou as primeiras pesquisas.

Em 1969, o industrial Francisco Baby Pignatari iniciou os estudos de viabilidade do depósito da mina Caraíba, visando à implantação de um complexo minero-metalúrgico. Em 1974, o empreendimento passou a ser controlado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES-PAR), sendo iniciada a sua exploração comercial pela empresa estatal Caraíba Metais S/A, (hoje, Paranapanema), que se tornou a única fabricante de cobre eletrolítico do Brasil, com sede em Dias Dávila, próximo ao Pólo Petroquímico em Camaçari, na Bahia.

Entre 1979 e 1986 a exploração de cobre foi realizada exclusivamente a céu aberto. Com o início da operação da mina subterrânea em 1986, a produção de cobre passou a ser obtida simultaneamente das duas minas, de onde já foram retiradas mais de 263,6 milhões de toneladas de rocha, sendo 83,6 milhões de minério com teor médio de 1,20% de cobre, que produziram cerca de 2,5 milhões de toneladas de concentrado de cobre com 863,9 mil toneladas de cobre contido. A mina subterrânea esta localizada logo abaixo da mina a céu aberto, sendo uma continuidade do mesmo corpo geológico.

Em 1988, a então Caraíba Metais (hoje, Paranapanema), iniciou o processo de privatização que resultou na separação mina metalurgia, sendo que a Mineração Caraíba continuou como empresa estatal até 1994, ano em entrou no Programa Nacional de Privatização.

PRODUÇAO DE CATODOS DE COBRE

Em 2006 a Mineração Caraíba iniciou a implantação da planta de lixiviação para processar o minério oxidado e estocado desde o início da exploração da mina a céu aberto. A empresa é pioneira no País neste tipo de processo que utiliza a tecnologia de lixiviação, extração por solventes e eletrodeposição para o beneficiamento de sulfeto de cobre. A Planta tem capacidade de produzir 5.000 toneladas de placas de catodo por ano, com teor de 99,99% de cobre.